17 julho 2009

"Ai, se sesse"


Vida insana é que o que vale. Telefonou logo que acordou, logo após tomar duas canecas de café. Era assim, agora. Nada de premeditar, nada de calmaria e planejamento. Era o momento. Era o sempre ou o nunca.
Ela atendeu quase xingando, adorava dormir até meio dia.

- Oi, sou eu... ham...desculpe ligar tão cedo, mas quer ir à praia comigo?

- hhhhmm...grmm...

- Marcela?

- (suspiro) Oi, ham, Denis? Oi, bom dia... praia? São que horas?

- Seis e meia... eu sei, eu sei, é cedo, foi bobagem ligar a essa hora, você gosta de dormir bem. Mas eu garanto que você vai gostar, vamos, por favor, você não sabe o que vai perder se não for.

- Claro que vou saber, você vai contar mesmo assim que voltar.

- Deliciosamente sarcástica. Gostei mesmo de lhe conhecer, viu, menina?

- Cara, deixa eu dormir, sério, não tou afim. Tem Fórmula 1 daqui a pouco.

- Qual é, menina! Deixa de ser difícil! Vamos, lá, você consegue. Levanta da cama, dá uma esticada pra cima, depois abraça o joelho em pé e pronto, você vai estar pronta. Nem precisa mudar a roupa.

- Eu durmo sem roupa, seu energúmeno.

- Num faz isso que você me mata, mulher!... Tudo bem, você pôe um biquini e uma canga. Vamos?

- Eu não estou acreditando que você ainda está insistindo! São seis e meia da manhã!

- Correção: são seis e quarenta e cinco, consegui te manter quinze minutos acordada de madrugada (risos). Vamos?

- Você premeditou isso, fala sério.

- Nunca premedito nada, não faço mais planos, esqueceu? Onde estava sua cabeça quando conversamos isso, hein?

- Mergulhada do álcool, meu querido, no álcool.

- Gostei, a voz já está menos grave. Você acordou. Eu não vou sair do telefone, e você não vai desligar, você nunca desliga primeiro...

- Para com isso, criatura! Que diabos eu fiz pra merecer você na minha vida, hein?!
Nesse momento Denis já não se aguenta de tanto rir no outro lado da linha, nem aguenta mais esperar. Nunca passou tanto tempo estigando alguém, já estava virando algo planejado, ele não queria isso. A porta bate.

- Ótimo! Agora uma anta apareceu para me perturbar às sete horas da manhã, espera que vou atender.

- Que bom! Mantive Marcela Azevedo da Costa acordada meia hora!

- Ria, miserável (risos). Volto já.

Ela rapidamente veste a camisola que fica de prontidão na porta e segue para a porta da frente. Não se penteia, não verifica o hálito. Faz questão de demonstrar o sono e o aborrecimento de ter sido acordada tão cedo em um domingo.

- EU NÃO ACREDITO!

- Está vendo, só? Agora você está acordada, vestida, ham, mais ou menos vestida, e em pé! Será que podemos ir para a praia agora?

- Denis, seu estúpido, você estava aqui o tempo todo?!

- Ora, vamos, se rende logo, vamos para a praia ou não?

- Você é louco.

- Você é linda.

- Para com isso!

- Parar com o quê?

- Ai, dane-se, entra, senta ali. Vou me vestir (psicopata).

- Não mandei você me pedir em namoro, menina.

10 julho 2009

Canção para o fracassado

Deixa essa marra,
Esquece a tristeza
que um novo dia começa aqui.
Sai desse quarto,
fecha a geladeira.
Remédio bom mesmo é sorrir.

Cada dia passa mais veloz,
você fica aí dentre os lençóis.
Crianças brincam, tem gente que morre
e o seu mundo todo se destrói.

Deixa essa marra,
Esquece a pobreza.
Um novo emprego logo vai surgir.
Lava seu rosto,
corra na esteira.
Você não está bem, nem sabe mentir.

São tantos pesares que fica difícil
falar sem tropeço e tentar sorrir.
Mas quem não olha pro próprio problema
sabe que ele nunca vai partir.

Olha, que massa.
Veja a beleza.
Sinta como é bom ser feliz.
Esqueça a vergonha.
Sinta na veia,
a vida que pulsa como nunca quis.

Quem só percebe a triste rotina,
pouco se importa mesmo em viver.
Então se levante e siga em frente.
Mude de roupa, vire gourmet.

Saia pra comer,
Comece a crescer.
Tente aprender a amar você.

06 julho 2009

Sobre a educação feminina

Certo, feministas me odeiem, não que eu seja machista, mas reconheço certos valores impregnados pelo movimento. Contudo, devo insistir, qual o problema com algumas mulheres de hoje em dia? Qual grande mal há em seguir alguns elementos da etiqueta, inventados pelos machistas indecorosos em busca da visão perfeita de uma mulher bem educada?

Também concordo que não precisamos sempre seguir um homem, ser obediente a todo custo, nem precisamos necessariamente nos revelarmos exímias cozinheiras e donas de casa. Mas qual o problema em se manter um certo nível de higiene e educação?

Poxa, em situações mais caseiras, entre amigos ou entes mais íntimos, tudo bem se revelar um ser que expele gases fétidos, que dá uma limpadinha ou outra no salão, ou arrota com timbre considerável. Isso é comum, mas não é muito elegante. Lembre-se, você odeia que o homem faça isso, às vezes de certo de indigna, então por que se igualar?

Em ambientes de trabalho então, existe uma coisinha chamada etiqueta de trabalho. Deve-se manter uma determinada rotina, com determinado padrão de comportamento que se adeque a qualquer frescura ou loucura de todos os outros companheiros de labuta. É importante lembrar que todas as áreas do local de trabalho, são locais de domínio público, ou seja, todos vão passar por ali em algum momento, portanto se você deseja mesmo fazer algo que possa deixar alguma pessoa desconfortável, simplesmente não o faça.

Em se tratando de banheiro, juro não é machismo, mas não há a menor justificativa para uma mulher conseguir deixar o ambiente impróprio para uso. Nossa anatomia é perfeita, não precisamos mirar e temos uma habilidade descomunal de se manter até por longo período de tempo com as pernas flexionadas sem precisar necessariamente encostar no assento, olha só, não é fantástico? Desafio qualquer homem sem manias esdrúxulas a fazer o mesmo. Temos um zelo e mãos tão delicadas, capazes perfeitamente com toda destreza de dobrar o papel utilizado, deixando-o praticamente "limpo" aos olhos terceiros, sem comprometer nenhuma parte de nossos dedinhos. Então, mulheres, não há porque se esforçar em parecer um ser grotesco e anti-higiênica, quando nossa natureza nada mais é justamente oposta.

Vamos, façam uma forcinha, tirem essa cara amarrada e dêem o braço a torcer, somos boas demais para ser tão animalescas assim. Vamos continuar a chamar a atenção masculina pelas nossas curvas e pela nossa malícia, ainda que sem querer. Não vamos nos permitir ser apontadas pelas ruas pela falta de compostura, desatino ou desespero de querer seu lugar perante a sociedade equiparado-se a um mal exemplo masculino. Somos igualmente capazes de assumir qualquer papel na sociedade, mas de modo incomparável: belo, charmoso, sutil.

Coleção Pingos de Quê - by Magaliana