30 novembro 2007

Ces't La Vie

Aos dois anos percebe as diferenças entre seu corpo e da coleguinha.
Aos quatro aprende que existia sentimento.
Aos seis se apaixona pela primeira vez.
Aos seis ainda, teve sua primeira namoradinha, embora esta não o soubesse.
Aos sete, seu primeiro selinho do "tou no poço".
Aos oito, sua primeira edição playboy de presente do primo mais velho.
Aos nove tem sua primeira namoradinha de verdade.
Aos 12 dá seu primeiro beijo de língua.
Aos 15 vai pela primeira vez ao bordel com o tio fumado.
Aos 16 traçou a primeira garota que não era vagabunda. Agora seria.
Aos 17 namora dez garotas.
Aos 18 namora uma...que namorava cinco.
Aos 19 quis se matar.
Aos 20 quase se mata.
Aos 22 já havia traçado todas da cidade. Todas mesmo. Sua mãe estava morta. Não tem irmãs.
Aos 24 pensou seriamente se era verdade o mito da idade. Constatou que não.
Aos 30 continua solteiro.
Aos 35 faz dois anos que não transa.
Aos 40 revê sua primeira namoradinha. Aquela que não sabia que era.
Aos 40 lembra o que é sentimento e se casa.
Aos 41 teve uma filha.
Aos 42 tenta se matar.
Aos 50 sua mulher adoece.
Aos 60 sua mulher morre.
Aos 61 anos bota a filha pra fora de casa junto do vagabundo do porteiro que a traça há 4 anos.
Aos 65 descobriu sua filha empresária de sucesso.
Aos 70 ainda não conseguia pedir desculpas à filha.
Aos 75 esqueceu as diferenças entre o corpo masculino e feminino.
Aos 75 descobre o que era AVC, lar do ancião e fralda geriátrica.
Aos 110 anos só pensa em se matar, mas sempre esquece de fazê-lo.

27 novembro 2007

bancando a LILI

Ensinaram certa vez que devemos pelo menos uma vez na vida (adulta) voltar a tomar banho de chuva. E não vale aquele banho maldito de quem vai ou volta do trabalho com documentos importantes que obviamente não podia molhar, mas aquele bem caprichado do sem noção que se joga na poça mais próxima da patricinha escondida num canto coberto durante um show de rock, jazz, blues, ou qualquer merda que seja em local aberto.

Bom, caso você não seja daqueles robôs bloqueados pelos "bons costumes" da população, o banho pode sim ser aquele de quem volta ou vai para o trabalho (você sabe o resto), desde que:
1- você faça pelo menos um barquinho com uma página do tal documento;
2- pegue um transporte coletivo bem cheio de pessoas quentinhas e secas e passe pelo corredor espaçocamente feliz;
3- e claro, que tenha a certeza de que seu chefe vai demorar pelo menos mais uma hora para você arrumar uma boa desculpa para a página arrancada do documento estragado.

Então devemos tomar um banho, um bom e demorado banho de chuva para burlar a rotina. O banho de chuva passa da fase da limpeza parcial (bem parcial) do couro cabeludo e da sensação pegajosa dessa roupa que você nem gosta tanto. Trata-se de um momento de elevação espiritual. É o momento que dá aquela tênue vontade de soltar um pum bem quente que certamente seria notado pela bolha formada na roupa antes colada ao corpo e o odor característico que se espalharia por todo o ambiente fechado do transporte coletivo. É o momento em que acontece algo sumariamente vergonhoso e não te incomoda, pois você está feliz.

Tomem banho de chuva, meus amigos. Soltem puns e arrotos constrangedores. Paquerem o manequim da loja, ou dê petelecos em suas orelhas como alguns felizes já fazem. Ninguém vai entender, você vai ser mal visto e não vai ganhar nada com isso. Mas lembre-se: você também não poderá ser preso, ainda.

20 novembro 2007

EU FAÇO E PONTO FINAL!

Hoje o blog será meu diário: Alguém muito importante questionou o meu perfil. Essa pessoa afirma que sou alguém aérea, fora das realidade da sociedade vigente. Não posso questionar a filosofia dessa pessoa, ela tem pleno direito de pensar diferente. Afinal de contas, foram criações diferentes, em universos diferentes, mesmo que tivéssemos nascido juntos, feito irmãos siameses, não seria igual. Nunca é.
Então, o que me resta dizer a essa pessoa, é que me perdoe, mas não concordo com ela, e não o farei até que eu, sozinha, esgote todas as minhas forças para lutar pelo que acredito. Talvez não dê em nada, mas talvez algo grande, médio ou pequeno aconteça e me satisfaça.

"Já de saída minha estrada entortou, mas vou até o fim"
Espero que entenda.

Eu não faço isso por que não tenho o que fazer
eu não faço isso por que vivo no mundo da lua
eu não faço isso por que ganho algum dinheiro
eu não faço isso por que quero ser beatificada
eu não faço isso por quer quero chamar atenção

EU FAÇO ISSO por que vejo um propósito
eu faço por que alguém tem que fazer
eu faço por que já precisei
eu faço por que tem quem precise
eu faço por que me traz conhecimento
eu faço por que tenho MENTE ABERTA
eu faço por que não estão caindo meteoros para ser o fim do mundo
eu faço por que se todos abandonarem a causa, será o fim do mundo
eu faço por que como qualquer pessoa, necessito de alguma esperança para não beirar à loucura


como diria Madre Tereza de Calcutá

"Muitas vezes o povo é egocêntrico, ilógico e insensato.
Perdoe-o assim mesmo.
Se você é gentil, o povo pode acusá-la de egoísta, interesseira.
Seja gentil assim mesmo.
Se você é uma vencedora, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesta e franca, o povo pode enganá-la.
Seja honesta e franca assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz, o povo pode sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.
O bem que você faz hoje, o povo pode esquecê-lo amanhã.
Faça o bem assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja você que, no fim das contas, é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e o povo."

02 novembro 2007

Rimas pobres da vaidade

Se corre desesperadamente,
não tarda e se rende.
Se come com tamanho alvoroço,
joga tudo no esgoto.
Se não liga para os tamanhos,
nem é banha, nem é osso.

Coleção Pingos de Quê - by Magaliana