28 fevereiro 2008

Coisas de menina


Hoje dou nova chance ao desenho... tá...nem tanta, se tivesse dado uma chance mesmo teria caprichado no traço...mas vai aí a intenção rsrsrs
(Martinha está por vir...calma)

22 fevereiro 2008

O dia em que difratei


Tomei um susto. De repente me vi diante de mim. As vozes, os barulhos que me rodeavam sumiram. Contudo, tudo continuava. O homem grisalho explanava, os ouvintes coçavam a cabeça ou bocejavam. Eu também. Ninguém notou a anomalia. Estava ali e acolá. Curiosamente fazia anotações do que não podia ouvir. Sai.

No corredor, novo fato curioso. Estava lá! Falavam comigo normalmente e até perguntavam se estava bem (meu rosto pasmado parecia preocupante). Voltei à sala rapidamente e me vi lá. Lá e cá. Falavam comigo, pediram uma folha. Decidi não tentar entender. Fui à lanchonete.

Abobalhada com o fenômeno, acabei esquecendo que não estava com a bolsa. Voltei à sala. “Como fazer para pegar o dinheiro? Uma vez dentro da sala e voltaria ao status ‘virtual’. Não conseguiria exercer qualquer influência sobre eu mesma, só que outra”. Resolvi tentar de qualquer modo.

Ao chegar à porta, já virtual, esforcei-me em chamar atenção da outra (que seria eu) para o exterior da sala. Mexi na areia, soltei a porta da sala para que ela desse um belo sopapo com o vento. Nada.

Vi então alguém conhecido com um salgado na mão. Corri para conversar com ele e o conduzi (ele nem notou) até a porta da bendita sala, de modo tal que só ele aparecesse pela porta. Foi quando aconteceu a maior das anomalias. Assim que se “posicionou” inexplicavelmente lá estava eu, de novo, ouvindo e anotando, sentadinha, de onde parti (ou não). Olhei para fora e lá estava meu amigo conversando com alguém do lado de fora. Certamente seria eu.

Percebi então que ele estava se despedindo e rapidamente corri à bolsa e pus cinco reais no bolso da calça. Deu certo! Estava mais uma vez no lado de fora. Fui à lanchonete, jantei e depois fui para casa jogar no computador. Típico.

Me vi chegando às duas horas da madrugada em casa. Não sei onde estive, mas bem de perto cheirava a caipirinha. Fomos dormir. Ela muito bem e eu super irritada. Nunca soube onde estive, mas tratei de não repetir a dose.

19 fevereiro 2008

Tarcila

O que fazer? Perguntava-se Tarcila. Nunca cogitou a possibilidade disto acontecer, cientistas juravam de pés juntos que era impossível. Mas aconteceu, Tarcila perderia as cores. Observava tudo com o maior detalhismo. Devorava contrastes e degrades da maior quantidade de cores possível. Era daltônica.

Ao chegar em casa, chorosa e assustada, ligou para a mãe. Xingou, esperneou (maldito gene), pediu socorro.

– E o trabalho?

– Não posso perder as cores.

– Eles já sabem?

– Não.

– Mas você errou aquela peça. Errou feio.

– Acharam legal. Pensaram que foi proposital.

– Viva o modernismo!

– Mãe!

– Calma. Você tem que explicar a eles.

– Vão me dispensar! Não posso...

– Também não pode mentir para sempre. Falei com ele.

– Nem me lembre. Bati de novo hoje... Não podia esperar, né?

– Meu deus, minha filha! Vai acabar matando alguém!

– Ou morrendo, né? Obrigada por lembrar.

– Pare de chorar, fica feia. Avise, viu? Vou jantar, tchau.

Não dormiu nesta noite. Devorou o guia Pantone, sem saber ao certo o que via. Sua memória também já lhe pregava peças, a visão prevalecia.

No dia seguinte, faltou o trabalho. Entregou as novas peças por e-mail e foi à praia. Fotografou todos que passavam. Registrou uma infinidade de cores, formas e ângulos. Depois voltou para casa, ainda tétrica. Em casa, fez cópias de todas as fotografias e imprimiu: colorida e P&B.

Quarenta dias depois a polícia bate à porta: os vizinhos chamaram. A mãe preocupada, escandalizava na frente do portão:

– Ela não pode ter feito isso! Eu falei que ela podia mudar a profissão. Minha filha, minha filha...

A essa altura do campeonato todos da agência sabiam do daltonismo de Tarcila. Ela abre a porta:

– Ai meu deus! Você está viva! O que diabo aconteceu? Ninguém lhe viu mais. E tem essa podridão...O que você está pensando da vida, menina?!

– Que confusão é essa? – fala dirigindo-se ao policial.

– Tarcila Amaral silva?

– sim, com “c”.

– olá, meu nome é Carlos, recebemos um chamado de um dos vizinhos sobre a possibilidade de haver alguém morto em sua residência. o cheiro incomoda seus vizinhos há dias, podemos dar uma olhada na casa?

– Ah, sim. Minha gata morreu. Esqueci dela, estava ocupada. Entrem.

– Mas que diabo! Você está louca, minha filha?

– Eu consegui mãe. Estudei dia após dia, e consegui...

– Você está magra, suja...

– Não é a mesma coisa. A cinza do azul, do verde, em qualquer tom... Eu vejo.

– Você voltou a fumar?

– Você não está ouvindo. Não preciso das cores, mãe!

– Não. Você precisa de um médico.

– Também posso ver as auras! As partículas elétricas, a poeira, percebo tudo. É incrível, mãe!

Levaram Tarcila ao médico. Examinaram seu cérebro e detectaram uma atividade anômala no lobo occiptal. Células extraordinariamente se desenvolveram e novas surgiram também em uma região no lobo frontal que não deveriam ter ligação às atividades ligadas à visão. De certo era coincidência, um tumor maligno.

Hoje faz dois meses que Tarcila morreu. Não resistiu à operação. Por ignorância e subestimação, morreu aquela que obteve, diante uma adversidade, a melhor visão humana que já se ouviu falar. Suas anotações estão á salvo no Conselho Brasileiro de Oftalmologia. O diagnóstico e a grande descoberta não foram publicados, mas oftalmologistas estão trabalhando com uma revolucionária terapia intensiva para retardar qualquer problema ocular: Método Tarcila.

15 fevereiro 2008

Desenhos, rabiscos, vetores, o car** todo

Hehehehehehe hoje dou nova chance aos espamos involuntários que tenho periodicamente, mas futuramente frequentemente...aí mente! rs

Primeiro, Martinha não morreu
Mas vai ficar no rabisco por enquanto




Aí houve que me deu a vontade de vetorizar "um certo agluém"
Mas a preguiça bateu e num terminei nem as primeiras camadas de sombra




Então "pop-artei" minha amiga Lídia

mais fácil, mais bonito (limpinho, né?)




E cabei os espamos com esse protesto aí na unha, digo...no lápis
Foi feito para um Blog, mas que se encaixa sobre o que penso
da censura televisiva, ah, isso, podem ter certeza


Beijinho pessoas, e voltem sempre




14 fevereiro 2008

A vida como devia ser


Sua vida era agendada. Sempre abria os olhos no mesmo horário. Desligava o despertador no segundo seguinte. Bocejava. Calçava os chinelos e se arrastava para o banheiro. Tudo exatamente na mesma hora, velocidade e trejeitos, todos os dias. Ouvia o noticiário, tomava três goles do mesmo leite de soja. Ia trabalhar.
Camilo sempre saía exatamente às 5h. Sempre se irritava com a mesma poça de lama do mesmo tamanho e no mesmo local na parada de ônibus. E reclamava do esperado, que sempre atrasava 15 minutos exatos.
- Você é bobo ou o quê?
- Hein?
- É, você. Todo dia está aqui. Escuto sempre a mesma reclamação surda, vejo o mesmo chute no ar e a mesma expressão de nojo para a poça de lama, que coitada, nem tem culpa de existir, nunca tapam o buraco.
- Você ta sempre aqui?
- Ah, e também noto todo dia como nunca sou vista. E olhe que sempre entro no mesmo ônibus, antes que você.
- Bizarro.
- É. Muito.
- E onde você desce?
- No mesmo terminal. Trabalhamos juntos, bobo.
- Nossa! Você está de sacanagem, certo?
- Nem um pouco.
- Poxa! Prazer em conhecê-la.
- Amém.
- Mas, por que sou bobo mesmo?
- Você sabe o horário do ônibus?
- Claro! Sempre chego na hora, ele sempre atrasa. Incrível como atrasa sempre a mesma coisa.
- Não. Você deve ter adiantado o relógio em algum momento e como em uma auto-hipnose passou a acreditar que era a hora certa. O ônibus nunca atrasa. Eu sei.

Camilo ri abobalhado. Como nunca lembrou disso? Realmente havia feito isso, em seu primeiro dia de emprego, quando atrasou. Há cinco anos.
- Mas e você?
- Que é que tem?
- Por que sempre chega cedo, como eu?
- Não chego cedo. Eu sempre atraso.
- ?
- Sempre chego atrasada para pegar o ônibus anterior ao seu. Tenho que chegar antes que você, sabe?
- É?
- Sou recepcionista do seu chefe. Mês que vem estou fora. Cansei dele ligando na mesma hora que chego e retornando exatos 30 segundos depois para eu humilhantemente ter que dizer que estava no banheiro.
- Entendo...funciona?
- Para ele tenho colite ulcerativa, “tadinha”.
Risos mútuos.
- Como ele é bobo.
- Sim, é. Nós também.
- De fato.
O ônibus chega.
- Vai sentar na cadeira de sempre, né?
- Observadora. (risos)
- Não é isso. È proibido. Você é mesmo desatento, “idoso”.
- Oh!
Foi então sentar-se ao lado da debochada.
- Como me tolerou esse tempo todo sem dar uma palavra, nem que fosse para reclamar?
- Nunca tive TPM, mas hoje meu hamster morreu.
- Nossa, meus pêsames.
- Está tudo bem.
- Quer dormir comigo? ALMOÇAR!
Silêncio. Camilo roxo, coça a cabeça. A garota ri.
- Almoçar...gostaria de almoçar comigo? Ali mesmo na lanchonete do trabalho...perdoe-me.
- Qual sua casa? É na rua Estreita, né?
- É...fala sério?!
- Não chego sempre atrasada – risos – você é bobo, definitivamente. Mas então, foi sem querer mesmo?
- 47
- 47?
- 47, não acredito...
- Sou alérgica a crustáceo e detesto flores. Até mais.


12 fevereiro 2008

A vida como não devia ser

Manoela estava ansiosa. O Casebre finalmente ia tomar jeito de casa em breve. O material estava todo lá, em 24 prestações. Tintas, argamassa, tijolos, pincéis, tudo pronto.
Au travaiil. Era só Manoela e seu irmão. Derruba parede, pinta ali, remenda aqui. Não tinham dinheiro para contratar ajudantes. Na verdade, ainda estavam pensando como iriam pagar as prestações desse material todo. Eles ganharam um desenho arquitetônico de um amigo que trabalha numa xerox. O projeto encaixava direitinho na casa deles, mudava coisa pouca mesmo.
Passado o primeiro dia, regado a muita limonada artificial (para não perder tempo) e rapadura pra dar energia, dormiram nos sofás mesmo, sujos, "pintados". No dia seguinte, não foi muito diferente.
No terceiro dia, tomaram coragem para derrubar a parede para a cozinha americana, com direito a espaço para a tevezinha colorida de sete polegadas. O banheiro ganhou duas novas portas, dando acesso direto aos quartos dos dois irmãos, semi-suíte, nome chique.
E desse modo, os dois irmãos trabalharam as férias inteiras no projeto da casa nova. Dava orgulho. Uma das paredes da casa ganhou cor verde escuro, com uma armação interessante de madeira que um dos amigos dizia ser arte abstrata, que seja. A cozinha ficou mais branca e limpa que nunca.
Os quartos, um tanto menos espaçosos devido às portas novas, mantiveram um conforto inigualável e o guarda roupa reformado pelo amigo da marcenaria caiu feito luva para Manoela.
Mal podiam acreditar no grande feito. Ah, se a mãe estivesse lá para ver o cantinho que eles conseguiram para colocar o quadro que ela havia ganhado do amigo artista em seus tempos de glória. Como ficaria orgulhosa do trabalho dos meninos.
Dia seguinte, de volta ao trabalho. Os quilômetros percorridos nunca foram tão longos e as cartas nunca pesaram tanto para o rapaz. A garota, já não podia com o secador. Mas não podiam parar. A casa, como custou a casa.
Dias felizes se passaram e ao voltar para casa, encontram um papel, frio e carimbado, pregado à porta recém pintada. Era uma ação de despejo. Manoela imediatamente caiu chorosa de joelhos. O irmão puxou a irmã e o papel na mesma violência e pegaram rumo, às pressas à prefeitura.
Inutilmente esperaram horas para serem atendidos pela subsecretária da secretaria de planejamento para ouvir com a voz mais calma e sádica da face da terra que a casa não podia pertencer a eles pois fora construída ilegalmente.
- Mas não é só a nossa! O bairro inteiro está lá há 40 anos - Eles também serão destruídos, meu caro - Mas por quê?
- O nosso ilustre prefeito vai revolucionar a cidade com o maior complexo cultural da região! Haverá museu, teatro, biblioteca para vocês, populares. Tudo pensando no desenvolvimento social da cidade. Vocês receberão uma boa quantia para comprar suas casas. Tenha calma. É tudo pensando no melhor para vocês.
- Mas acabamos de ajeitar a casa! Nem começamos a pagar! Não podem fazer isso! Não queremos teatro! A gente nem vai ter como pagar para entrar!
...
Manoela e seu irmão nunca viram o dinheiro. O complexo cultural foi embargado devido à possibilidade de desvio de verba. O prefeito foi morto em uma de suas visitas à nova comunidade brasileirinha no limite do município, para onde foram transferidos os despejados. Outro casebre. Um quarto, um banheiro, uma sala e uma cozinha. E uma inundação na mesma semana do assassinato.



07 fevereiro 2008

Em que pé estamos?

Já pararam para pensar em que lugar, exatamente, nos encaixamos no processo evolutivo? Segundo alguns estudiosos que não vêm ao caso agora, o processo evolutivo não se dá de forma linear. Em um gráfico a linha da evolução pode ser definida como ondas chegando próximo à praia. As cristas e vales das ondas são cada vez mais altas e mais próximas.
É como uma montanha russa. Descobrimos coisas novas, desenvolvemos tecnologias e comemoramos brigando feito javalis por uma fêmea, uma gelada ou por que o outro olhou estranho no meio da muvuca do carnaval.
Tudo bem. Não acho prudente negar os instintos animais, pois assim somos. Mas quando chega um momento em que me deparo com um país continental, inteiro, se ferrando em todos os aspectos possíveis e imaginários, só pelo prazer (povo sádico). E pior, dançando por cinco dias úteis apenas DUAS músicas (se é que podemos chamá-las assim). Dois barulhos duvidosamente harmônicos que nada mais pregam que a total depravação humana.
Vamos todos sucumbir em nosso vômito daquela cachaça barata sabor menta que bebemos. Vamos todos f**** por conta própria, já que passamos por isso todos os dias querendo ou não, seja pelo governo, pelo patrão, ou mesmo pela m**** do professor. Por que não? Somos todos desgraçados, mesmo!
É triste, minha gente, que ninguém mais se lembre dos mais desafortunados. Se a pipa do vovô não sobe mais, o corintiano enfartou agora à pouco (e não foi com o rebaixamento, mas com a camisa), o rapaz já não deixa dúvidas de que é afim de merecer algum reconhecimento, ninguém liga, ninguém escuta mais. Não que sejam bons frutos das manifestações fúteis de outrora, mas aliviaria o set list (duas músicas... por deus...).
Estamos no vale, a ponta do vale da onda evolutiva. E digo mais, estamos no momento em que a onda puxa a água então carrega o vale da onda anterior ainda mais longe de onde o ponto positivo poderia estar. Ou não! Por Deus! Isso é o que mais assusta. Já atolamos, dançamos feito mortos, estrebuchamos feito lacraias, bebemos até cair, e acreditem, ainda pode piorar! Seres humanos são ótimos nisso.
Vamos torcer para que pelo menos, ano que vem possamos ouvir mais de duas músicas, com batidas diferentes, para que não tentemos suicídio ao sermos flagrados por nós mesmos, ou pior, por algum debochador, cantando créu.
Quem sabe um descendente meu veja a crista da onda, um dia.

01 fevereiro 2008

Boa sorte, hereges




Se liga galera...carnaval vindo aí, grandes riscos vêm juntos...

Cuidado com a bebida!
Não deixem esquentar, comprem um isoporzinho que preste
rsrsrs


Cuidado com os nove meses seguintes...
dêem nomes falsos às mulheres
e mulheres roubem as identidades por precaução...rs

ah, Chicão...se liga, a foice é de verdade
rsrsrs

beijão galera
fui

Coleção Pingos de Quê - by Magaliana