29 outubro 2006

Mais uma poesia

Fiz essa poesia para uma amiga minha dar a outro amigo meu...
Hoje até que dá certo comigo... (com algumas modificações)




Ódio

Abomino o teu jeito de falar comigo,
Enigmático, risonho, cínico...
Também odeio tua risada irônica.

Malquisto contigo por não me dar atenção,
Sabes que nosso tempo é tal qual um grão.
E por isso receio quando ficas ausente.

Repugno-te nas vezes que não me ajudas.
Estonteante, perdida, fico muda.
Detesto ao passo que não me entendes.

Antipatizo o modo que ficas a me olhar.
Desconcerta-me, embora não seja vulgar...
Mas tenho horror quando me fazes de boba.

Zango-me sempre que me dá um fora.
Minha paciência nesses momentos estoura
E recuso-te, no que me causa choro.

Mas acima de tudo, inimizo-me.
Pois apesar de tudo...
Desgraça! Desejo-te!

17 outubro 2006

a pedidos

vai uma densa e curta prova da capacidade de depravação dos seres humanos
e da ousadia de quem ainda pensa em registrá-la...


Legista

Seus corpos frios como a noite,

Silêncio absoluto como a morte,

A serenidade intrigante equanto gozo...

...Por Deus! Transar com defuntos é ótimo!


14 outubro 2006

Outro poema antigo

Incômodo

Sabes tu o que me ocorrera
Mas não admites o próprio erro
Precavi-te de meu problema
Demonstrei meu tormento.
Assim mesmo avançaste,
Como morcego a saciar a sede,
Tomou-me nos braços como a uma criança
Vangloriou-me tal qual um célebre.
Tornaste o mundo mais acessível,
Te abriste como nunca havia feito
Deu-me pedra e livro, símbolos de infinidade
E ao fim, a alegria me encomendaste.
Mas sabias tu o perigo de tal astúcia
E temias não ser recompensado
Só que os sentidos tomados pela ilusão
Já haviam perdido-se no tempo e no espaço
Então agora não te inocenta
se sabes que fora atilado
Não te mostre vítima aos amigos,
não haja como um otário!

02 outubro 2006

Teoria do Determinismo

E aqui me encontro outra vez, em pleno domingo, oito horas da noite. Quão divino seria hoje caso não tivesse me demitido (ou não, os sussurros daquele gerente ignaro me enlouqueciam). E como consideraria soberba a presença do meu doutor (ele tinha que ir tocar em um lugar tão longe?!).
Mas não, eu como jovem orgulhosa, devo sofrer...Sem T.V. por assinatura, sem créditos no celular, sem mãe ou paitrocínios para suprir tais necessidades (Você agora é adulta, haja como tal!).

Sentar no sofá. Isso, vou acomodar-me um pouco sobre essas cores vibrantes, quem sabe elas não me passem algum ânimo. E quem diria, aqui também está o controle remoto da televisão. Ligá-la e assistir ao horário político gratuito pode não ser tão ruim...

Conforme eu previa!Ruim por ruim, vote em mim!Quer ver meu rosto? tem na urna eletrônica!...Sim, magnífico! Agora posso relaxar, como eu pude esquecer qual país eu resido!? Personalidades inusitadas tornando verdadeira a afirmação de que este país não é sério, outrora seria motivo para uma polêmica discussão, mas se estou mergulhada em tédio, rir é o melhor remédio.

Agora sinto fluir novamente a serotonina pelo cérebro. Feito boba, rio demasiadamente, esse programa é...Droga! A lei de Murphy realmente circunda minha casa! Faltar energia justo quando me reanimo?! E sim, com certeza, eu não poderia ter uma lanterna funcionando...Seria fácil demais!
Velas. Na cozinha há velas, devo achá-las. E quem diria, tão rápido!...
Bom, acender e...Já sei! Vou projetar bichinhos com a sombra, sempre fui a melhor nessa brincadeira enquanto criança...Coelho, gato, tartaruga, cisne, dinossauro (que pena minha irmã não estar aqui, adorava colocar o jurássico animal para comer os cabelos dela... ela ficava furiosa!).

Ah! Não! Ai, ai, ai! Está queimando a mesa! Como eu fui derrubar essa vela!? Essa não (choro)...
Esqueça! Não vou lutar contra você! Destino funesto!
Acho que tem lingüiças na geladeira, estou com fome...
...Hum...Belo churrasco...

(tentativa de texto produzido em 2004, se não me engano)

Coleção Pingos de Quê - by Magaliana