02 outubro 2006

Teoria do Determinismo

E aqui me encontro outra vez, em pleno domingo, oito horas da noite. Quão divino seria hoje caso não tivesse me demitido (ou não, os sussurros daquele gerente ignaro me enlouqueciam). E como consideraria soberba a presença do meu doutor (ele tinha que ir tocar em um lugar tão longe?!).
Mas não, eu como jovem orgulhosa, devo sofrer...Sem T.V. por assinatura, sem créditos no celular, sem mãe ou paitrocínios para suprir tais necessidades (Você agora é adulta, haja como tal!).

Sentar no sofá. Isso, vou acomodar-me um pouco sobre essas cores vibrantes, quem sabe elas não me passem algum ânimo. E quem diria, aqui também está o controle remoto da televisão. Ligá-la e assistir ao horário político gratuito pode não ser tão ruim...

Conforme eu previa!Ruim por ruim, vote em mim!Quer ver meu rosto? tem na urna eletrônica!...Sim, magnífico! Agora posso relaxar, como eu pude esquecer qual país eu resido!? Personalidades inusitadas tornando verdadeira a afirmação de que este país não é sério, outrora seria motivo para uma polêmica discussão, mas se estou mergulhada em tédio, rir é o melhor remédio.

Agora sinto fluir novamente a serotonina pelo cérebro. Feito boba, rio demasiadamente, esse programa é...Droga! A lei de Murphy realmente circunda minha casa! Faltar energia justo quando me reanimo?! E sim, com certeza, eu não poderia ter uma lanterna funcionando...Seria fácil demais!
Velas. Na cozinha há velas, devo achá-las. E quem diria, tão rápido!...
Bom, acender e...Já sei! Vou projetar bichinhos com a sombra, sempre fui a melhor nessa brincadeira enquanto criança...Coelho, gato, tartaruga, cisne, dinossauro (que pena minha irmã não estar aqui, adorava colocar o jurássico animal para comer os cabelos dela... ela ficava furiosa!).

Ah! Não! Ai, ai, ai! Está queimando a mesa! Como eu fui derrubar essa vela!? Essa não (choro)...
Esqueça! Não vou lutar contra você! Destino funesto!
Acho que tem lingüiças na geladeira, estou com fome...
...Hum...Belo churrasco...

(tentativa de texto produzido em 2004, se não me engano)

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso lembrar um trabalho de um professor de Português que passou um tema para ser trabalhado. Gostei da crônica. Ainda bem que começamos a conhecer esse seu lado crônico.

Tasso, o Agudo (nesse caso, não sou mais O Crônico).

Coleção Pingos de Quê - by Magaliana